O título de nossa coluna Conexão Single Point deste mês tem o objetivo de convidar você a refletir sobre o papel fundamental do Marketing para as empresas.
É difícil delimitar as fronteiras desta importante disciplina que cada vez mais exerce um papel fundamental em empresas dos mais variados segmentos e tamanhos. Conhecer o mercado, seus competidores, fornecedores, desenvolver um plano de comunicação que leve a mensagem de uma empresa ao seu público alvo e a construção de uma marca são apenas algumas das responsabilidades que recaem sobre os profissionais desta área.
O papel fundamental do Marketing é identificar as necessidades do seu público alvo, embora muitas vezes esta atribuição perca muito espaço para atividades mais glamorosas, como por exemplo as campanhas publicitárias e a organização de eventos e feiras, as quais tornam mais tangíveis os esforços e os trabalhos desta área.
Se pararmos para pensar um pouco, toda empresa só existe porque presta algum serviço ou fabrica algum produto que vai de encontro com a necessidade de alguém. E para ser bem sucedida, esta empresa pratica um preço considerado compensador por quem paga.
Muitas destas empresas quando passaram a produzir seus produtos ou prestar seus serviços talvez nem tinham a consciência da real necessidade que estavam satisfazendo, pois as necessidades que seus produtos satisfazem podem parecer tão óbvias que nem a notamos.
O engraçado é que nem sempre esta necessidade foi tão óbvia assim, mas alguém, talvez um visionário, enxergou o que ninguém havia notado e colheu os frutos de ser o pioneiro em satisfazê-la.
Existem vários exemplos que poderíamos citar para ilustrar o papel do marketing na dura tarefa de identificar necessidades não atendidas, mas por hora tomemos o automóvel. Até então , quando inventado, tinha como principal finalidade a substituição dos meios de transporte de tração animal, oferecendo entre outras comodidades, maior rapidez e maior capacidade de carga.
Porém, ao passo que esta necessidade foi atendida, em seguida surgiram outras que não haviam sido imaginadas até então, como por exemplo a diversidade de cores. As pessoas gostariam de escolher a cor de seus automóveis, pois tinham a necessidade de sentirem-se únicas.
Neste caso, o próprio segmento automotivo pôde satisfazer essa necessidade, mas os casos mais curiosos são aqueles onde a solução que parecia estar a frente dos olhos de qualquer um, não é enxergada causando sérios danos a uma empresa ou mesmo todo um segmento.
Este é o caso da BlockBuster, será que ninguém pensou na necessidade que as pessoas tinham de alugarem e pagarem seus filmes sem saírem de casa? Por que uma empresa como a Netflix teve chances em um mercado dominado por uma gigante como a BlockBuster?
Se olharmos mais atentamente ao nosso redor, notaremos que existem inúmeras necessidades presentes em nosso cotidiano ávidas por produtos e serviços que possam saciá-las. Ao Marketing cabe a missão de descobri-las, pois esta certamente é a maior contribuição desta ciência.
Bom, com relação ao título de nossa coluna, se você tinha alguma dúvida de que o Marketing poderia gerar necessidade, espero que tenhamos lhe convencido do contrário, pois a necessidade existia muito antes do Marketing. Mas uma pergunta que sugiro a reflexão é : Pode o Marketing despertar o desejo nas pessoas de satisfazerem uma necessidade?